Proclamação da República no Rio de Janeiro

Proclamação da República no Rio de Janeiro

O dia 15 de novembro é uma data histórica para o povo brasileiro. A proclamação ocorreu na Praça da Aclamação (atual Praça da República), na cidade do Rio de Janeiro, então capital do Império do Brasil, quando um grupo de militares do exército brasileiro, liderados pelo Marechal Manuel Deodoro da Fonseca, destituiu o imperador e assumiu o poder no país. Na mesma noite, o Marechal assinou um manifesto que deu início à República Federativa e Presidencialista no Brasil.

O movimento de 15 de novembro de 1889 não foi o primeiro a tentar instituir uma república no Brasil, embora tenha sido o único efetivamente bem-sucedido, e, segundo algumas versões, teria contado com apoio tanto das elites nacionais e regionais quanto da população de um modo geral.

 

Proclamação da República

 

A Proclamação da República aconteceu em 15 de novembro de 1889 e representou o fim do Segundo Reinado e o início do período republicano.

Desde a Guerra do Paraguai, os militares fortaleceram-se como grupo social e almejavam maior participação na política. O Clube Militar no Rio de Janeiro se tornou local para discussões sobre as causas republicanas.

Dom Pedro II, utilizando o Poder Moderador, impediu a participação militar na política brasileira durante o Segundo Reinado. E foi justamente um levante militar o responsável pela deposição do segundo imperador brasileiro. Logo após a instalação da República, a família real foi exilada na França.

 

História da Proclamação da República

 

A Guerra do Paraguai, que ocorreu de 1864 a 1870, foi vencida pela Tríplice Aliança, constituída por Brasil, Argentina e Uruguai, mas as consequências não foram boas para o governo de Dom Pedro II. Os militares que retornaram após a guerra estavam mais conscientes do seu papel na sociedade por causa da vitória e desejavam participar ativamente dos destinos do Brasil. O segundo imperador brasileiro estava cada vez mais ausente do país para tratamento de questões de saúde, isso enfraquecia a monarquia e fortalecia o discurso do movimento republicano de que Dom Pedro II não tinha mais condições de ser o governante do Império.

 

A imprensa era fortemente utilizada pelos republicanos como meio de divulgação de seus discursos e para atacar o imperador. A elite não deixava de ler os jornais republicanos, e os temas neles trazidos provocavam discussões no Clube Militar e em praça pública. O pensamento positivista estava em destaque na Europa, e o militar Benjamim Constant foi o responsável por trazer as ideias de Auguste Comte para as Forças Armadas. As ideias de que as ciências e o progresso poderiam desenvolver o Brasil ganharam força entre os militares adeptos ao republicanismo.

 

As crises que o Império atravessava só reforçavam os discursos republicanos da necessidade de se encerrar o Segundo Reinado e iniciar um novo governo no Brasil que possibilitasse o desenvolvimento em todas as áreas da sociedade brasileira.

 

Objetivos da Proclamação da República

 

Com a grande pressão de movimentos contra o governo monárquico, um golpe militar começou a ser planejado. Isso porque a última década do segundo império – de 1870 a 1880 – foi de intensas discussões e desacordos entre o governo de D. Pedro II e esses movimentos.

 

Um deles foi a igreja católica, que, na ocasião, sofria com a falta de independência que o Poder Moderador e a instituição do catolicismo, presente na Constituição Brasileira, impunham. De modo geral, as determinações vindas do Papa para as igrejas católicas brasileiras precisavam ser aprovadas pelo império. Após uma recusa de D. Pedro II, bispos se rebelaram e acabaram presos, enfraquecendo assim a relação entre a igreja e o governo monarca.

 

O movimento abolicionista foi outro que teve grande influência para a Proclamação da República. Contrária a extinção do regime escravista, a elite agrária tradicional brasileira foi contra a decisão do império de não indenização pela perda de sua mão-de-obra. Com a recusa de D. Pedro II em atender à solicitação, suas bases de apoio da elite acabaram se dissipando, passando a defender o regime republicano.

 

O terceiro e um dos mais ativos movimentos na mudança de regime político no Brasil foi o movimento militar. Muito fiel ao império, desde a Guerra do Paraguai (1864-1870), o exército brasileiro passou a se sentir desvalorizado e com pouca participação no governo. Por se sentirem traídos, muitos militares passaram a defender o regime republicano e o positivismo, que passou a ser uma forte influência na pós-proclamação.

 

O objetivo do golpe militar para a Proclamação da República era trazer ao Brasil mais disciplina, ordem e democracia com um poder executivo forte. No início, os militares desejavam derrubar o gabinete do imperador, pensando que haveria represálias do governo. No entanto, sem nenhuma reação de D. Pedro II, o movimento exigiu que o então líder do golpe, Marechal Deodoro da Fonseca, assinasse um documento declarando, enfim, a extinção da monarquia.

 

Quem foi o responsável pela Proclamação da República no Brasil?

 

Apesar de ser aliado de Dom Pedro II, o Marechal Deodoro da Fonseca aproximou-se dos grupos militares alinhados com o positivismo. Em 15 de novembro de 1889, ele assumiu a liderança dos republicanos no Exército e comandou as tropas que depuseram Dom Pedro II.

Com Deodoro, chegavam ao poder os militares, que dominaram a política brasileira nos primeiros anos da república. O Marechal tornou-se o primeiro presidente do Brasil. Seu governo e o do seu sucessor, o Marechal Floriano Peixoto, são chamados na historiografia de República da Espada (1889-1894).

 

Significado da Proclamação da República

 

Mesmo com um regime inicial marcado pelo autoritarismo, a República abriu as portas para o regime democrático no Brasil. Seu significado foi caracterizado pela liberdade de expressão e o direito da população ao voto para decidir quem governaria o país, fatores que antes não eram executados pela Monarquia.

 

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